25/11/2015

A segunda vinda de Jesus acontecerá

O Advento é sempre um tempo Escatológico na Igreja. A maioria dos fiéis e também dos pregadores da Igreja não se dão conta desse momento maravilhoso que vivemos e a importância de pregar esta realidade do cristianismo. A realidade do final dos tempos ou final dos nossos dias terrenos deve ser presente em nossa caminhada de Fé.
Estamos envolvidos com tantas mensagens do tempo natalino que chega a beirar ao paganismo nosso modo de viver o Advento. A mensagem litúrgica da Igreja nesse primeiro momento do Advento é bem clara e não deixa dúvida o que deve ser ensinado aos fiéis, mas muitas vezes, influenciado por uma mentalidade já completamente longe das verdades cristãs, corremos o risco de encararmos este tempo de um modo apenas ilustrativo da realidade de Belém. Algumas vezes existe apenas o olhar histórico sobre o acontecimento do Natal e em outras um olhar de fraternidade para com o próximo. Claro que estas realidades não estão erradas quando aparecem em nossa pregação, mas a pregação da Igreja nesse primeiro momento do Advento é Escatológica e não apenas Histórica. Escatológica porque trata da segunda vinda de Jesus. Debruçamos sobre a realidade passageira do homem nesse universo material e temporal e somente nos preparamos bem para celebrar o acontecimento histórica da encarnação do Verbo Divino quando nos preparamos para a sua segunda vinda.
A segunda vinda de Jesus Cristo, ou final dos tempos ou do mundo, como queiram chamar, é uma realidade existente no cristianismo desde os seus primórdios. Em todas as missas a Igreja pede por isso quando proclama o Maranatá, “Vem Senhor Jesus”. Sempre depois da consagração do corpo e sangue de Cristo é apresentado o Mistério da Fé e todos pedem para que Ele volte novamente. Acontecerá o final dos tempos, assim como acontece todo final de dia. É uma realidade da fé cristã e nenhum católico pode não acreditar nisso. Esperamos sua segunda vinda. Ninguém sabe o momento desse acontecimento Escatológico mas ele acontecerá e o esperamos.
A Igreja, como Mãe sábia e prudente, entende que devido o vale de lágrimas e tribulações que vivemos durante todo o ano, não conseguimos viver esta verdade a todo momento e, por isso, sabiamente nos dá um tempo para debruçarmos sobre esta realidade de Final dos Tempos ou Segunda Vinda de Jesus Cristo. O Advento é este tempo por excelência.
Quando comecei a pregar em minha comunidade paroquial esta realidade no tempo do advento alguns me questionaram dizendo que não seria o momento de falar do nascimento de Jesus Cristo e não da sua segunda vinda? Nossos fiéis leigos não estão acostumado a ouvir pregações sobre esta realidade e olha que a Escatologia Católica é maravilhosa e tão pouco difundida entre os fiéis. Sempre ensinei minha comunidade que a pregação do nascimento de Jesus Cristo acontece próxima ao Natal mas que antes o anúncio da Igreja é o Maranatá (Vem Senhor Jesus). Agora a Igreja chama seus filhos dispersos por toda a Terra a refletir nessa realidade da brevidade da vida e da segunda vinda de Nosso Senhor. Ele voltará e dará um basta na História como a conhecemos.
Precisamos refletir e entender que este anúncio é necessário. Existem na realidade algumas vindas de Jesus Cristo. Primeiro Ele veio pequeno, como filho da Virgem Santíssima e depois virá novamente sobre as nuvens com poder e Glória no dia final. Ali, diz São Paulo, Ele destruirá o ultimo inimigo da raça humana chamada Morte. A morte não mais existirá para a raça humana e seremos como Deus pensou o ser humano quando quis criar, ou seja, imortais. Como isso será mereceria outro artigo no tempo pascal oportuno. Os santos nos ensinam que entre a primeira vinda de Jesus Cristo pela Virgem Maria e a última no dia final, existe ainda a vinda intermediária do Senhor, ou seja, ele sempre volta em nossas vindas através de acontecimentos históricos, através da palavra celebrada na liturgia e no dia de nossa morte.
O ser humano que não está catequisado e não recebeu o querigma do anúncio de Jesus Cristo morto e ressuscitado, ainda não recebeu a grande notícia que muda a história da raça humana e então ele ainda é prisioneiro do primeiro sentimento que relata a bíblia que aparece no homem após a desobediência, ou seja, o medo. O Homem ao pecar experimenta a morte, ou seja, ele separa do seu criador e não tem mais a intimidade com quem lhe deu a existência. Tem medo de Deus por estar Nú, ou seja, por estar desprovido da Graça e estar sem a graça é estar sem a vida e então está na morte.  O homem tem esta experiência de perder a vida e não gosta dela e passa ele toda sua existência mendigando vida. Toda vez que experimenta algum tipo de morte ele corre para ter a vida de volta e então ele se vinga achando que pagando com a mesma moeda ele terá vida novamente e quando se trata de perder sua história aqui na Terra o homem tem o sentimento de sua finitude e isso o deixa numa profunda crise. A realidade de que o homem tem medo da morte e qualquer tipo de morte faz com que ele a todo custo lute para não perder a vida. Não estou aqui falando de instinto de sobrevivência, o que seria natural dos seres, mas sim da relação que deveríamos ter com o nosso destino eterno.
Deus ao pensar o homem pensou nele imortal e o pecado lhe arrancou isso. O homem não gostou de experimentar a morte e então cada vez mais o homem faz tudo para não ter que encarar a morte e nenhum tipo dela. Vemos que cada vez mais as pessoas tentam disfarçar a morte. Hoje temos empresas especialidades para disfarçar o defunto dando-lhe uma aparência que disfarce a morte. Cada vez mais nossos cemitérios estão longe de nós para que a cidade não precise ver a morte todos os dias e também cada vez mais nossos enfermos morrem em hospitais para não termos que encarar esta triste realidade da raça humana. São apenas algumas considerações que fiz aqui que mereciam mais detalhes, mas depois de ter dito isto vejo que de todo modo o homem tenta não ver aquela realidade de final dos tempos e quando a vê ele sempre a vê como algo cheio de catástrofe sendo que dentro da Fé Cristã este será o grande dia festivo de nossa libertação. Dia em que será vencido o grande inimigo de nossa existência material chamado morte. Ela deixará de existir e com um corpo ressuscitado teremos a imortalidade pensada por Deus para a raça Humana. É ou não é um grande dia que deveríamos desejar que fosse logo? Claro que sim. Este grande dia trará consigo a imortalidade e um reino de amor onde não mais haverá diferenças em nada e todos seremos filhos do Deus eternos e livres da fragilidade do pecado. Dia maravilhoso!
Este é o grande anúncio do advento: “Vigiai, pois o Senhor está às portas de nossa existência e a qualquer momento Ele voltará. Veio uma primeira vez para salvar o que estava perdido pelo pecado e agora voltará novamente para dar a cada um a condição original da raça humana antes do pecado.”

Pe. Antonio Celso de Morais
Fonte: http://paroquiasaojudas.com.br/

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