02/01/2014

Epifania Eucarística

Nas proximidades da Solenidade da Epifania do Senhor apresentamos aos nossos leitores esta excelente meditação do Servo de Deus Padre Júlio Maria De Lombaerde. Boa Leitura!

Meditação do Evangelho de Mt 2, 1-12.

Epifania quer dizer manifestação. É neste dia eu Jesus se manifestou ao mundo pagão, representado pelos Reis Magos, como se havia manifestado aos judeus na pessoa dos pastores.

Na exposição desta dupla manifestação, o Espírito Santo usa das mesmas palavras significativas. Falando dos pastores diz: “encontraram Maria e José, e o Menino” (cf Lc 2,16). Dos Magos ele diz: “encontraram o menino com sua mãe. E prostrando-se, o adoraram... oferecendo-lhes presentes de ouro, incenso e mirra” (cf. Lc 2,11).

Há na Igreja uma cerimônia que muito se parece com esta manifestação de Jesus, aos querem adora-lo; tal cerimônia chama-se Exposição do Santíssimo Sacramento.

Em Belém Jesus estava como exposto nos braços de Maria, à adoração dos magos. Na bênção do Santíssimo, Ele está exposto à adoração de todos.


Na primeira exposição, Ele esconde a sua divindade e humanidade sob as aparências de uma criança. Nesta segunda exposição, Ele esconde sua divindade e humanidade sob as espécies da hóstia: porém é o mesmo Jesus, é o mesmo Deus-homem, vivo e palpitante de amor.

Papa Bento XVI reza diante do Santíssimo
na Solenidade de Corpus Christi em 2012.
A cerimônia da exposição e bênção do Santíssimo Sacramento é um exercício de grande efeito espiritual, pois, ao mesmo tempo um ato de fé na presença de Deus; um ato de adoração e um ato de amor.

O Evangelho nos mostra os Reis Magos prostrados diante do berço do Menino-Deus, tendo encontrado ali o menino com Maria sua mãe, e oferecendo-lhe os seus presentes simbólicos: o ouro, o incenso e a mirra. O ouro simboliza a realeza de Jesus, o incenso a sua divindade, a mirra a sua humanidade. Sobre o seu trono eucarístico, como no presépio, Jesus é sempre Rei, Deus e Homem.

Como Rei, ele tem direito a nossa sujeição. O adorador prostra-se de joelhos diante da Eucaristia em atitude de humildade e de fé na presença de Deus, escondido sob as aparências da hóstia sagrada.

Como Deus, Ele tem direito a nossas adorações: por isto o ato principal da exposição é a adoração da sua soberana majestade.

Como Homem, Ele é nosso modelo e pela Exposição pública a Igreja mostra o seu aniquilamento para a salvação da humanidade, a sua vida de imolação e sua morte horrível, para excitar em nós a aspiração de imita-lo.

Jesus Eucarístico é ao mesmo tempo grande e pequeno; cabe a nós destacar o que é grande e o que é pequeno.

A fé e a adoração destacam a sua grandeza escondida enquanto a imitação exalta a sua pequenez misteriosa.

A Eucaristia é a espiritualidade central da Igreja: é preciso atrair as pessoas a Jesus Eucarístico. Sendo a Eucaristia Deus Escondido, é preciso faze-lo sair, o mais possível, de seu divino esconderijo, e não podendo manifesta-lo em seu estado glorioso, é mister expô-lo em seu estado eucarístico, velado sem dúvida, porém deixando perceber, pelo menos, o véu sagrado que o esconde.

Vamos, pois, muitas vezes aos pés deste novo Belém, imitando os Reis Magos, e ali encontraremos, nós também, o menino com Maria, sua mãe.

Jesus está ali, sobre o seu trono eucarístico, como nos braços de sua Mãe Imaculada; é ali que Ele quer receber nossas visitas, as nossas adorações, e os presentes que queremos oferecer-lhe: o ouro do nosso amor, o incenso da nossa oração e a mirra dos nossos sacrifícios.

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Extraído do Livro: "Mistagogia Eucarística do Pe. Júlio Maria De Lombaerde" - Editora O Lutador - Belo Horizonte - 2009. 

Para conhecer outros escritos do Pe. Júlio Maria acesse: http://obraspejulio.blogspot.com.br

Temos também uma área no nosso blog dedicada aos seus escritos: http://caritasfidei.blogspot.com.br/search/label/Pe.%20Julio%20Maria%20-SDN

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